Em tom de confronto, Microsoft contesta pesquisa sobre retrocompatibilidade
Quem aí se lembra da pesquisa do Ars Technica sobre a retrocompatibilidade do Xbox One? A pesquisa, que dizia que jogadores de Xbox One só usavam a retrocompatibilidade em 1,5% do tempo total, saiu em uma semana muito polêmica na qual Jim Ryan, da Sony, havia falado coisas controversas sobre games antigos. Pois bem: a Microsoft não aceitou os dados do site e disse que há erros grosseiros na pesquisa.
Antes de tudo, uma coisa deve ficar clara: o Ars Technica corrigiu algumas informações que a empresa do Xbox revelou oficialmente para eles, mas por falta de transparência da empresa que, segundo eles, não respondeu a diversos questionamentos ou simplesmente não proveram informações suficientes para contestar a pesquisa, o restante dos dados será mantido sem alterações. Em outras palavras, o site continuará a exibir diversos dados da pesquisa sem nenhuma correção e manterá a sua posição original sobre o assunto.
Então vamos lá: para resumir o caso, a Microsoft conversou com o Ars Technica e contestou a pesquisa, dizendo que é “grosseiramente imprecisa e enganosa devido a um conjunto incompleto de dados que concluiu como algo concreto algo que, na verdade, é apenas uma amostragem”.
Segundo a Microsoft, os dados do Ars Technica estão grosseiramente errados, mas ela não divulgou quais são informações corretas
Basicamente, a empresa diz que o Ars Technica utilizou uma API que compara gamertags de jogadores que não é muito precisa e diz que há muita disparidade entre dados oficiais e os levantados pelo site. Mas afinal, quais são os dados oficiais? Infelizmente, a Microsoft não os divulgou.
Dois pesos, duas medidas: quem está certo?
Uma coisa que precisa ficar clara nesse “confronto” atual é que o Ars Technica está fazendo um trabalho jornalístico e usou uma amostragem grande para concluir as suas pesquisas, mas pode ter usado uma API que não é muito precisa; em contrapartida, a Microsoft diz que os dados estão muito errados, mas também não divulgou os oficiais – e há a questão que a empresa precisa defender e vender o seu peixe. Portanto, é difícil saber quais dados estão corretos.
Os dois têm motivos para se acharem corretos na situação, mas sem dados oficiais, fica difícil saber em quem acreditar
Seria ousado afirmar que pode ser um meio termo entre os dois? Será que a Microsoft está escondendo o jogo? Será que o Ars Technica, de fato, errou feio? Infelizmente, fica difícil saber sem ter informações oficiais, algo que, aparentemente, a empresa não vai revelar.
A Microsoft comentou pouco sobre o caso além de dizer que há dados bem errados, mas deu um exemplo: a seção “Meus Jogos e Apps” foi utilizada oficialmente por 71% dos jogadores durante o tempo de amostragem, enquanto o Ars Technica disse foi utilizada epnas por 6,3% dos gamers. De fato, uma disparidade enorme.
Por conta da informação oficial, o site se retratou e arrumou a pesquisa, mas como mais nada foi revelado, eles continuarão a defender o relatório e gráficos finais. Basicamente, o Ars Technica diz o seguinte: mesmo que haja uma imprecisão na API utilizada para mensurar o que e por quanto tempo os jogadores de Xbox One realizam atividades no console, a amostragem é grande demais e a margem de erro fica pequena por conta disso.
Retrocompatibilidade
Devemos lembrar que, de fato, trata-se de um argumento válido, já que muitas pesquisas governamentais e empresariais são feitas com amostragens bem menores, que vão de mil a cinco mil pessoas. No caso do Ars Technica, uma base de quase um milhão de jogadores foi avaliada.
Os dois lados têm argumentos bons e é difícil saber no que acreditar agora
E, para completar, o site disse também que a Microsoft não explicou como a margem de erro da API pode gerar resultados tão diferentes, já que o Ars Technica não levou em consideração na pesquisa usuários que bloqueavam a comparação de gamertags (que geraria resultados levemente inconsistentes). Afinal, margens de erro costumam ser baixas. O Ars Technica pode ter errado feio e usado uma API que não é precisa? Sim. Mas é fato que a Microsoft não deu detalhes sobre isso também, deixando a situação em uma sinuca de bico.
Há uma conclusão?
Infelizmente, é difícil concluir algo disso tudo. A Microsoft diz algo muito contrário à pesquisa, mas não dá detalhes, e por isso o Ars Technica manterá a sua pesquisa original. Enquanto os dados oficiais do Xbox One não forem divulgados oficialmente, teremos que esperar para saber quem realmente está certo.
Xbox original chegará à retrocompatibilidade
A Microsoft disse que se a retrocompatibilidade não fosse um sucesso, a empresa não estaria investindo tanto assim no recurso – lembrando que o Xbox original chegará ao serviço também. Além disso, pode ser estranho pensar que os jogadores usam a funcionalidade em apenas 1,5% do tempo quando há tantos jogos sendo distribuídos pela Xbox Live Gold. Em contrapartida, é estranho pensar que o Ars Technica tenha errado tão feio também. Por ora, resta aguardar.
Fonte: TecMundo